Eu não sei como é ou foi para você, mas eu esperava que, durante minha vida, eu teria pessoas que, no momento a qual não pudesse contar comigo mesmo, me ajudariam a levantar e seguir em frente, me sentindo amado e vivo.
Isso foi pura ilusão. Ao menos, para mim foi.
Eu nasci de uma família que nunca me quis. De uma mãe que, ao ralhar comigo quando eu tinha cinco, seis anos, me dizia que se arrependia de não ter me abortado. De um pai ausente. De uma avó que me torturava. De tios que me viam como a piada, porque afinal, se você não tem seus pais, não há escudos e armaduras para te proteger do mundo.
Quando você não tem nenhum suporte, as coisas não se tornam na prática impossíveis, mas se tornam cansativamente mais difíceis. Mais dolorosas. E ao cair, nunca fica tão fácil levantar, porque não há corrimão, paredes ou qualquer coisa tipo: você vai precisar se levantar usando a força e o peso do próprio corpo. E não há nada mais extenuante do que, em um momento de solidão e tristeza, saber que seu mundo começa e termina em si mesmo.

Me sinto assim
ResponderExcluirEspero que esteja melhor. Não tens culpa por ter nascido num lar assim, nem merece. Já tive crises de ansiedade, tristeza profunda mesmo com pessoas perto (aliado também a alguns que me fizeram mal), sentindo que eu não estava conectada com elas de fato, como se as coisas, a rotina ao redor não fizesse tanto sentido, mas eu era criança e não entendia. No fundo, não faz sentido mesmo, mas fui reaprendendo a me deixar buscar aquele prazer simples em coisas que estou fazendo (o que custou muito). No meu caso, me deixei expressar mais livremente para as pessoas ao redor, mostrar mais de mim, voltei a desenhar (às vezes) e a escrever o que se passa na minha mente. Percebi também que é mais comum do que achava esses sentimentos, muitos compartilham deles também.
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