sábado, 22 de outubro de 2011

Gigantes de aço







Sério, eu nunca vi um filme sobre boxe que fosse ruim. Desde o primeiro e espetacular Rocky, um lutador, passando por Luta pela esperança (Cinderella Man) todos são incríveis e mostram a luta de um indivíduo comum que, através do esforço, supera paradigmas. Gigantes de Aço não é diferente.

Charlie Kenton (Hugh Jackman) é um ex-pugilista. Em um futuro alternativo (2020, daqui a nove anos...) robôs controlados substituem os humanos no boxe, de forma que Charlie agora é um desses "controladores". Acontece que ele é uma pessoa que não sabe fazer mais nada na vida além de lutar, tornando-se uma pessoa medíocre. Isso muda quando seu filho Max (Dakota Goyo), que acabou de perder a mãe e está passando as férias de verão com Charlie, encontra um velho robô no ferro velho que é imbatível.


Charlie (Hugh Jackman) ensina Atom a lutar

Gigantes de aço tem um mérito incrível: ao invés de ser mais uma película que se sustenta em efeitos especiais e roteiro mastigado para adolescentes, é um filme que se preocupa mais em contar a (boa) história que propõe. Não há uma só atuação fraca no filme, e o personagem de Dakota Goyo rouba competentemente os holofotes para si. Para os fãs da série Lost, Evangeline Lilly, que interpretou a personagem Kate, esta presente no longa como Bailey Tallet, a filha do ex-treinador de Charlie e interesse romântico.

Como a maioria dos filmes de boxe, as lutas são, além de um processo de superação, uma metáfora para transpor mais algum limite do personagem. Nesse caso, a busca de Charlie, em um mundo onde é privado de lutar, por um novo sentido: a convivência com o filho. Mas o protagonista é alguém imaturo demais para perceber, admitir e até aceitar essa responsabilidade em um primeiro momento. Aliás, a química entre os dois é bastante interessante: enquanto Charlie é um sujeito que age sem pensar, seu filho também é impulsivo, mas movido pela fé, já que acredita piamente que seu robô, o Atom, pode fazer a diferença no ringue.


Charlie e Bailey (Evangeline Lilly) analisando o controle de um dos robôs

Em suma, Gigantes de Ferro é uma película interessante, feita para um público que vai ao cinema atrás de um bom filme e não de diversão vazia. O combate final é realmente empolgante e consegue fazer o telespectador sentir a emoção de uma luta pelo título. É mais um longa sobre o esporte que vale a pena ser visto por todos os públicos.

Revista F.D.P.



Já faz algum tempo que eu queria falar sobre essa HQ. Sério, olhando para a arte e o design acima, essa parece uma revista independente? E ainda por cima é totalmente colorida por dentro, algo difícil em publicações desse tipo. "F.D.P." é uma parceria do roteirista Leonardo Santana, desenhos de J.Henrique e cores de Téo Pinheiro.

O personagem título se chama Fernando Drummond Pessoa, um repórter não muito íntegro, e suas desventuras. Só na primeira edição, você descobre o quando ele é sortudo e azarado ao mesmo tempo, e quanto suas ações fazem os outros chamarem seu nome pelo apelido de "F.D.P."

É bacana ver um material com roteiro tão interessante e produção bem cuidada sair pela bagatela de 5 reais. Um exemplo de como os quadrinhos nacionais podem surpreender, se tiverem uma chance.

Para adquirir um exemplar, é só efetuar um pedido pelo e-mail: lsantanabr2000@yahoo.com.br

Conheça também o grupo que ajudou a F.D.P. e muitas outras boas HQ´s independentes: O Quarto Mundo!

sábado, 15 de outubro de 2011

Onírica




(Escrevi a história abaixo, originalmente, para uma tirinha. Mas queria postá-la enquanto não adapto o roteiro. E que lugar melhor do que aqui?)



-Oi.
-...
-Sabe que não irei mais voltar, não sabe?
-Vai embora!
-Não consigo. Você não deixa. Ainda estou presente em cada momento, em cada tristeza. No seu olhar, por exemplo. Naquilo que não diz...
-Eu só queria não sentir mais isso... eu só queria poder não olhar mais para você!
-...é o que você disse que se chamava "Paradoxo", lembra? Estou com você e não estou ao mesmo tempo...
-Não quero conversar sobre isso. Já disse tudo o que tinha para dizer.
-Sabe que não é verdade. Se fosse, eu não existiria mais.
-Seis meses... seis meses e eu nunca entendi. Foram dois anos juntos. Três semanas de reconciliação, das quais você me fez voltar a acreditar no sentimento, em nós dois! E então, tudo volta a ficar nebuloso novamente. E você me esquece rapidamente, como se eu nunca tivesse sido nada para você. Estamos na mesma sala, mas sou menos que um amigo, um colega. Direta ou indiretamente, me faço a mesma pergunta todos os dias: por que?
-Isso somente eu poderia responder. Mas duvido muito que o fizesse. Sabe, eu não sou só uma parte dela, mas também sou muito mais uma parte de você. Uma parte da qual pode esquecer se lhe for conveniente, ou guardar como recordação, mas nunca como uma companheira de solidão. Não vai adiantar ficar aqui, fazendo perguntas das quais não obterá respostas. Me esqueça. Aceite. Ou me perdoe.
-Perdoar? Eu ainda sofro muito depois de tudo o que aconteceu. Do que você fez! Você nunca me deu valor, ou esteve lá quando precisei de você, como agora! Nem como namorada, nem como amiga. Como pode me pedir isso?
-Você disse que eu te esqueci muito rápido. Mas não sabe como aconteceu. E se eu fiz o que fiz apenas para que você não se machucasse ainda mais? Já pensou nisso?
-Só sei que não estaria tão mal se tivesse sido sincera!
-Mas infelizmente não fui. Escute, é o melhor que posso dizer: pare de esperar por minha consideração, e passe a se importar apenas com quem realmente te dá valor. Sei que isso lhe parece injusto... mas tem que ser assim. Adeus... espero que para sempre, dessa vez.

domingo, 2 de outubro de 2011

Conhecendo o grupo PADA

Quando eu decidi que queria escrever roteiro para quadrinhos, achei que o caminho mais fácil seria publicando on line, seja em tiras ou one-shots. Lembro de não ter encontrado, em minhas pesquisas, nada sobre grupos pernambucanos que publicassem HQ´s.



Bem, agora percebo que não procurei o suficiente.

O grupo existe desde a década de oitenta, mas precisamente 1985. Após um intervalo em 1993 que durou dez anos, o PADA voltou a ativa com uma formação mais enxuta (a original tinha 25 pessoas, o que tornou difícil delegar trabalhos, segundo José Valcir, um dos membros fundadores). A nova equipe conta com os apoios de Arnaldo Luiz, José Carlos Braga, José Valcir,
Leonardo Santana, Luciano Félix, Marcos Lopes, Milson Marins e Sandro Marcelo.

Participaram das oficinas os integrantes: Arnaldo Luiz, Sandro Marcelo...

Nas oficinas que participei... ou melhor, na oficina, porque na primeira haviam poucas pessoas e os integrantes do grupo, Sandro Marcelo e Arnaldo Luiz, bateram um papo interessante e bacana com os visitantes, que de qualquer forma já me acrescentou bastante. Mas retomando: na oficina ministrada domingo, no evento "Dos quadrinhos para as telonas", que aconteceu na escola de arte e games SAGA, na Avenida Conselheiro Aguiar (quanto arrodeio), Sandro Marcelo conversou sobre o planejamento para a montagem de uma revista independente. Do surgimento da ideia, passando para seu desenvolvimento, em pensar a qual público se destina sua obra, parcerias se necessário até formas de divulgação, tudo. Tanto Marcelo quanto os outros integrantes sempre bem acessíveis para tirar dúvidas ou conversar sobre o assunto que nos unia ali: a paixão incondicinal pelos quadrinhos.

...José Valcir e Luciano Félix

Foi emocionante poder conhecer alguns integrantes da PADA e sua história mais de perto. De mudar um pouco meus conceitos sobre quadrinhos de Super-heróis funcionarem no Brasil, em uma rápida conversa com Sandro Marcelo; a entender a importância que um pequeno grupo (mesmo ainda não sendo tão reconhecido em seu próprio estado de origem) em vender seu produto para outros lugares do País, tornando-se um marco para os quadrinhos independentes pernambucanos. Uma herança, mesmo que a maioria de nós possa ainda não perceber isso.

Links para contato:

-Site da PADA;

-Site de sua principal publicação, Prismarte;

-Projeto de Sandro Marcelo que pretende ensinar a produção de quadrinhos para crianças carentes de São Lourenço da Mata