
Felizmente, esse não é o caso de Apenas o fim. Todos os erros que citei acima são corrigidos aqui, e de forma brilhante. A trama é apenas uma desculpa para se entrar e falar do universo jovem e mostrar que pessoas, seja qual for a idade, são mais complexas do que rótulos: namorada decide terminar o relacionamento, e antes de fugir e deixar tudo para trás, reserva apenas uma hora para conversar com o parceiro. Entre os flashbacks que mostram os momentos do casal, estão representados a conversa de toda uma geração que cresceu nas décadas de oitenta e noventa: animações clássicas como He-man, Transformers, Cavaleiros do Zodíaco, jogos como Pokémon e Tomagoshi e, falando dos dias de hoje, sites de informação como o Omelete e o Blog do Judão. Sinceramente, nunca pensei que um diretor teria a coragem e o talento para representar tudo isso de uma forma que ficasse bem feita e interessante, mas Matheus Souza conseguiu, e de quebra, rompeu com uma imagem de mais de vinte anos de cinema e inovou.
Terminei enrolando um pouco quando prometi que não o faria, mas a verdade é que Apenas o fim me trouxe aquela sensação de novo, de ver uma coisa nunca feita ou que a gente até imaginava, mas não sabia se daria certo... ele trouxe a alma adolescente para o cinema, sem piegismo, rótulos ou falsos moralismo. É uma imagem sincera de como esses adolescentes agem, falam e se relacionam. O filme inteiro é todo baseado no diálogo, e não há um só momento em que ele fique cansativo, pois cada cena te prende, ou apresenta um elemento de identificação, enquanto o telespectador se pergunta como o longa apresentará seu desfecho. Enfim, sem exageros, um verdadeiro marco para nosso cinema.

É isso. Amanhã é feriado, vou aproveitar para dormir um pouco agora e acordar bem tarde. Até a próxima!
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